A importância da Semana Santa na vida do cristão católico

 A Igreja nasce da Páscoa de Cristo. Páscoa esta que se torna o centro da fé dos cristãos, sendo, portanto, aquela que deve testemunhar esta fé pascal.  O Mistério pascal de Cristo, celebrado durante a Semana Santa, celebra a paixão, a morte e a ressurreição de Cristo. A Semana Santa deve ser um tempo de recolhimento, interiorização e abertura de coração para viver o mistério do Cristo, Servo sofredor.

A estrada da Cruz foi a perfeita revelação da identidade de Jesus. Ele precisou enfrentar os atos de rebeldia e infidelidade do povo, que devia estar aderindo ao projeto do Reino. Cristo carregou os mesmos sofrimentos daqueles que com ele eram tidos como ladrões e assassinos, diante de um povo infiel ao projeto de Deus.

A Semana Santa nos convida a aderir ao caminhar do calvário com Cristo, contemplando o Senhor que foi açoitado, recebeu bofetadas e teve todo o corpo chagado. A Semana Santa é uma experiência que todo o cristão deve viver. Não se está vivendo uma história contada e de alguma forma sendo representada, mas, sim, vivida com um caráter de renovar a fé de todo cristão batizado.

A Semana Santa é iniciada com a entrada messiânica e festiva de Jesus em Jerusalém: os ramos são estendidos pelo povo ao acompanhá-lo com cânticos “hosana ao filho de Davi. Bendito o que vem em nome do Senhor” (Mt 21, 19). Antes de tudo, não podemos ocultar o que mais importa: Cristo, ao ser aclamado pelos ramos, quer assumir nossas dores, carregar nossos pecados. O ponto alto desse domingo é a proclamação da Paixão do Senhor. Portanto, ao viver essa entrada messiânica de Jesus, devemos viver com os mesmos sentimentos, com os quais Cristo enfrentou a sua paixão. Há a imagem do Cristo como rei, mas um rei que tem por coroa os espinhos e por cetro, a cana.

Nos dias seguintes, após o Domingo de Ramos, a liturgia tem como objetivo nos colocar dentro dos últimos acontecimentos da vida de Jesus, oferecendo-nos a possibilidade de meditarmos sobre a figura de Cristo, Servo sofredor. Os Evangelhos que se seguem: a Unção de Betânia (Jo 12, 1-11); o Anúncio da traição de Judas Iscariotes (Jo 13, 21-33. 36-38) e a Rejeição de Judas ao plano de Deus (Mt 26, 14-15), são apresentados nos dias da Segunda, Terça e Quarta-feira.

Na quinta-feira, iniciamos o tríduo Pascal, culminando no centro de nossa fé. Nesse dia, fazemos memória da Páscoa da Ceia, como nos apresenta Lucas (22,15): “desejei ardentemente comer esta ceia pascal com vocês, antes de sofrer”. A Igreja celebra também a instituição do Sacerdócio ministerial, momento de rezarmos pelos nossos sacerdotes, os quais doam as suas vidas ao serviço da Igreja. Ao lavar os pés dos discípulos, a Igreja nos mostra que com o Grande Sacerdote devemos lavar os pés dos irmãos e deixarmos ser lavados por amor a eles.

Na Sexta-feira Santa, somos levados a viver o Mistério da Cruz, Cristo que se imola como o Cordeiro levado ao sacrifício Pascal. A Cruz sempre será símbolo de Vitória sobre a morte do Cristo, que morre pelos pecados dos homens infiéis e do povo prometido ao Seu amor. Nesse dia, a Igreja se mantém em silêncio, pois o esposo foi tirado e ela irá exprimir toda a sua dor pela morte do Cristo, por isso, a Igreja não celebra os sacramentos.

O Sábado é iniciado com o Cristo sepultado, figura de um vazio interior, e o silêncio permanece. A Igreja nos faz experimentar com anseio o retorno do Senhor, com a Vigília Pascal, ao dizer que ao terceiro dia irá ressuscitar. A Vigília, mãe de todas as vigílias, como nos diz Santo Agostinho, ela é o cume de todo o ano Litúrgico, portanto, a Igreja nos convida a viver essa vigília com os apóstolos e Maria. Um dos aspectos essenciais da vigília é nos apresentar uma liturgia mais batismal, a imagem do branco do revestir-se a renovação do nosso Batismo, e nos alegrar com a vitória do Cristo que ressuscita. Essa vitória alegra nossos corações, que se encontravam tristes, e contentes assumamos, com mais totalidade, o compromisso com a causa do Reino de Deus, no qual a ressurreição do Cristo inaugura. Lancemo-nos ao caminho com o ressuscitado.

Seminarista Robson da Silva – 2° ano de Teologia

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